Este foi o segundo poema que partilhei no facebook, na postagem poética em que estou a participar:
Até Amanhã
Até Amanhã
Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.
É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.
É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.
Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.
Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"
E este foi o poema que partilhei hoje, 3º dia da postagem poética:
Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
— Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
Miguel Torga, in 'Diário V'
4 comentários:
Lindos os dois poemas,Felipa! Gostei! Que teu dia seja bem lindo por aí! bjs, chica
fELIPA, AMEI OS DOIS POEMAS. AMBOS SÃO DELICIOSAMENTE ENTENDÍVEIS E DE FÁCIL ASSIMILAÇÃO! UM TERNO ABRAÇO! DESCULPE-ME PELA LETRA. SÓ VI QUASE NO FINAL!
Miguel Torga falou-me em especial!
Adorei tuas escolhas Felipa. Beijo.
A juventude
O tempo
As areias
O mar
O amar
Poemas
Sentimentos sentidos e compartilhados
Somam
Multiplicam
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